segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Brinquedo novo

Hoje de manhã fiz a bobagem de assistir jornal antes de sair de casa.... Eu sabia da tragédia de Santa Maria, de uma tristeza sem tamanho, mas ver os depoimentos das pessoas, é demais, não dá para aguentar. Como disseram no twitter (não conheço quem foi, retwittei), ontem os números impressionavam, mas hoje, conhecer as histórias de cada um, foi ainda mais triste. Vendo o jornal, a minha segunda-feira começou muito mal.
Cheguei no trabalho com uma empolgação... (isso foi ironia). Qual o ânimo para pegar o telefone e ligar para os clientes: "Bom dia! Tudo bem?"? Not.

Saí para o almoço e fui de novo olhar o roller que estava namorando há alguns dias. Na verdade, não era esse que eu queria, eu queria um mais bonito, mas para pegar um bonitinho com a mesma qualidade, isso ia me custar uns 40% a mais. Aí comprei o dito cujo. Eu já estava decidida a comprar, só estava escolhendo um modelo com a relação custo / benefício que me agradasse, e resolvi ficar com esse mesmo. Precisava de um motivo extra para levar o meu dia até o fim, porque não estava fácil me aturar, e funcionou. Mas demorou até chegarem as 6 horas da tarde....
Antes da noite fui testar o meu brinquedo novo.
Fui de carro até a ciclovia, para poder levar todo o meu aparato, levei uns 10 minutos até usar todas as balaquices - conseguir "vestir" tudo isso foi meu primeiro desafio.
O segundo desafio foi levantar - e uma vez em pé, o desafio foi ficar em pé. Mas tudo certo, com algumas balançadas fiquei de frente para o meio fio onde estava sentada, aí os patins ficaram firmes contra a muretinha e eu consegui me levantar.
Agora, como se anda? Sei andar de patins com dois eixos (ao menos já soube), e já vi gente andando de roller, para saber que é diferente da forma que eu conheço. Tentei fazer um misto do que sabia com o que vi os outros fazendo, e mais ou menos funcionou. Provavelmente um tanto desengonçada, ou, mais provavelmente, bem desengonçada. Mas consegui me locomover, andei uns 50 minutos, levei alguns sustinhos, mas não tive a oportunidade de testar os acessórios que usava nos joelhos, nos cotovelos, nos pulsos e nem o das mãos (ainda preciso comprar um capacete). Senti falta de um embasamento teórico, preciso pegar umas dicas com alguém.
O que mais me fez falta foi saber usar o freio - minhas tentativas não funcionaram muito bem. Comecei andando na parte mais plana da ciclovia (terminei por ali também, bem mais seguro), mas estava muito fácil, o roller desliza muito suavemente. Resolvi me arriscar descendo um pedacinho um pouco inclinado da ciclovia, para na volta poder subir esse pedaço andando e fazer um pouco de força. Logo no início da descida percebi a bobagem, o freio não segurou nada, e o negócio foi pegando velocidade, e mais velocidade, e cada vez mais rápido. Eu tinha um plano B para emergências, que era me atirar na grama ao lado da ciclovia, mas isso poderia ter algumas consequências também, e resolvi me equilibrar. Busquei na memória o que aprendi descendo as dunas da Joaquina em Floripa: não vai contra, projeta o corpo pra frente (se tentar segurar com o corpo, os pés vão e o corpo fica, e quem vai ter que segurar as pontas é o bumbum), fica firme e deixa correr. Funcionou (ainda bem!!!!) e quando acabou a descida, uns 20 metros depois, os patins pararam. Isso foi bem emocionante - e apavorante.
Tinha um rapaz correndo na mesma direção que eu descia, acho que ele percebeu o meu problema, pois quando eu tentei frear e não consegui, percebi que os passos dele atrás de mim aceleraram, possivelmente achou que ia ter que segurar alguém (quem??, rsss), para evitar um acidente, mas não conseguiu me alcançar. Depois, quando passou por mim, que já estava parada e tentando controlar a tremedeira, falou "Você está indo bem", (acho que isso também foi irônico). Não faço ideia de quem fosse, e estava tão atônita que não consegui responder.

Os rollers são interessantes, quem está acostumado com patins de dois eixos não acredita que patins in line ficam em pé, mas acho que é muito difícil cair usando isso, bem mais difícil do que com patins tradicionais. Mas se cair, o negócio vai ser estrondoso!

Não posso dizer que foi bom patinar, ainda não. Agora me sinto bem, mas foi estranho. Quase tudo que fazemos, sabemos fazer, e foi esquisito tentar andar de uma forma que eu não consegui fazer direito, andar é tão básico... E além disso, o meu treino foi em público! Ciclovia cheia de gente caminhando ou andando de bicicleta, e eu estava lá, balançando e tremendo, olhando reto para frente para não cair para os lados.... E tudo isso do alto dos meus 170 cm acrescidos de 15 cm dos patins, e com 31 anos na cara (anos cada vez mais visíveis), o que torna o fato de fazer barbeiragens em público ainda mais chamativo.

Mas tudo bem, quem sabe patinar, sabe que tem que passar por isso para aprender, e quem não sabe patinar, sabe menos que eu.

domingo, 27 de janeiro de 2013

o que fazer...

"Não pude deixar de comparar a importância e a satisfação do meu trabalho como professor particular com as rotinas relacionadas a dinheiro do meu dia a dia com fundos de hedge. [...] a maioria das pessoas na área, na verdade, é gente boa, muito intelectualizada. Ainda assim, o cotidiano de quem trabalha com investimentos não é exatamente serviço social. Era mesmo assim que eu queria passar minha vida? Era mesmo a melhor maneira de usar meu limitado tempo na Terra?
[...] Estava preso a um trabalho do qual realmente gostava - era desafiador, além de gratificante do ponto de vista financeiro e intelectual. Mas eu vivia a incômoda sensação de estar sendo impedido de seguir uma vocação que parecia valer muito mais a pena."

É exatamente o que eu sinto, mas as palavras não são minhas. São do americano Salman Khan, em seu livro "Um mundo, uma escola - a educação reinventada" (a edição da Veja de 1º/02/2012 traz o autor na capa, sob a epígrafe "O melhor professor do mundo"). Acho que eu não teria conseguido expressar melhor meu sentimento, única coisa que eu não trabalho com fundos de hedge, apesar de também estar na área financeira.
Preciso corrigir meu rumo, ir para a direção certa.