quarta-feira, 2 de abril de 2014

Show do Guns N' Roses




PM. Preciso começar com palavrão senão não dá para ter ideia da intensidade da coisa. PM não é prefeitura municipal nem polícia militar, são as iniciais de um palavrão composto. Ontem, dia 1º de abril, foi o tão aguardado show dos Guns N’ Roses em Floripa. O local do show foi oi Devassa On Stage. Eles tem capacidade para eventos com mais de 13 mil pessoas, e no show tinha cerca de 10 mil, mas ainda assim conseguiram dar um atendimento horrível para os presentes. As filas eram intermináveis – sim, eram 10 mil pessoas, normal ter fila – mas o problema não era a quantidade de pessoas, era a demora no atendimento. Com a intenção de fazer um negócio sofisticado, com pulseirinhas para tudo, complicaram o atendimento de uma forma muito idiota: depois de meia hora na fila do caixa (isso que devia ter somente umas 20 pessoas na nossa frente), quando fiz o pedido, a atendente somou o valor na calculadora (bip bip bipbip) e aí lançou o valor no sistema e cadastrou a pulseira. No bar, outra fila gigante e um sistema lento para ler a pulseira e descontar o consumo. Um verdadeiro desastre. Voltamos para casa com mais de 50 reais de crédito nas pulseiras, porque não conseguimos gastar. Aí durante o show, tinha garçons passando com térmicos e vendendo coisas “a dinheiro”, cobrando o que bem entendiam (R$ 10 uma Devassa de 296 ml, R$ 10 uma garrafinha de água...), e o jeito era comprar deles porque não dava para chegar no bar sem perder muito tempo de show. Sem falar nas comidas, que eu nem achei, se bem que pela tabela de preços, as opções eram poucas e estranhas, não me animei a procurar. Sendo assim, ficamos em pé das 6 horas da tarde até as duas horas da manhã, sem sentar nem no banheiro, que era banheiro químico (eca) sem lugar para lavar as mãos (que nojo). Falando em nojo, acho que só vi um lixeiro no local todo, e todo o lixo ia para o chão, desde o espaço da fila para entrar até a pista estavam horríveis.
Num show para 100 mil pessoas, você espera que tenha tumulto, mas como é um lugar próprio para eventos até maiores, achei que eles teriam uma estrutura melhor.
Na saída, como tínhamos deixado o carro num dos estacionamentos alternativos, tivemos que esperar as vans do estacionamento. Isso rendeu uma hora parados numa fila na chuva. Mas tudo bem, já era previsto, o estacionamento tinha lugar para 800 carros – que geralmente tem mais de uma pessoa – aí haja van para transportar todo esse povo. Só faltou organização para essa saída: as pessoas disputavam o espaço com os carros que tentavam sair do estacionamento, bem perigoso.


Mas vamos falar do show. Por volta das 19 horas, começou o show de abertura. A banda, Brazilian Sound Club era bem fraquinha, tentaram tocar um rock que pelo jeito não era a especialidade deles. Se esforçaram bastante para agradar, deu para perceber, mas não funcionou muito bem. Quando cantavam rock nacional, se saiam bem melhor, deviam ter feito o 

que sabem fazer bem. O ponto alto do show de abertura foi a participação do Gazú, do Dazaranha, que deu uma palhinha e cantou Vagabundo Confesso, isso foi bem legal.



O show do Guns começou com uma hora de atraso. Mas quando começou... esquece fila, esquece banheiro, esquece sede, esquece preço das coisas, esquece dor nas pernas... só show mesmo. PM, que show. Falaram que os caras estavam fora de forma, mas se assim é fora de forma, ninguém mais faz música nesse mundo. Eles tocaram três horas, pulando pelo palco e agitando a galera, sem descanso e sem esmorecer. Quando eu pensava que tinham tocado todos os clássicos, eles lembravam mais um, foi emocionante, lindo demais. Cada guitarrista fazia seu show a parte, verdadeiros artistas. Tinham muitas guitarras, o DJ Ashba tinha pelo menos 5! Falando do DJ Ahsba, ele é demais carismático, engraçado, e toca muito. Aliás, todos tocam muito. Achei que eles pudessem ser muito estrelinhas, tocar e só, já que eles “são eles”, sem preocupação com o público, mas foi show mesmo, planejado e executado para encantar o público

O Bumblefoot passou parte do show vestindo a camisa da seleção brasileira de futsal, e tocou, no meio do seu solo de guitarra, o tema da vitória (do Ayrton Senna) - isso foi meio improvisado, saiu um tanto quadrado, demorei para identificar a música e acho que muita gente nem percebeu - mas foi um lindo gesto para nos agradar. O Axl cantou três horas, a plenos pulmões, e eu já estava com a garganta ardida só de dar uns gritos (olha que eu tenho vinte anos a menos...). Quando o Axl puxou o piano e tocou November Rain, foi emocionante!
Passei bastante tempo assistindo, quieta, só para curtir, sentir a música. Foi muito incrível, o coração pulsando no ritmo da música, a sensação era de estar imersa na música, uma qualidade indescritível.
Eu nunca tinha participado de um show desse porte, internacional, mas valeu muito a pena, muito a pena mesmo. 

Me perguntei várias vezes, por que isso foi tão melhor do que qualquer outra coisa que eu já ouvi? Não sei se é talento mesmo, qualidade dos equipamentos, se é porque eles criaram um estilo que é deles e se identificam totalmente, ou se porque são eles, aí mesmo se alguma coisa der errado isso era para ser assim... Não sei, só sei que foi bom demais.

Agradeço aos meus companheiros de aventura, Gino e Mano, pela companhia.